The
Sunday Times Domingo,
22 de Novembro de 1998
NEWS: BRITAIN
Formas de Vida Alienígenas
Podem Estar Dentro da Terra
por Steve Farrar
Correpondente de Ciência
FORMAS DE VIDA como o alien, que os cientistas simplesmente podem
não ter
evidências reconhecidas de sua existência, poderão
habitar a Terra, de acordo com um importante cientista.
Dr Tom Gold, emérito professor de astronomia na Universidade
de Cornell nos U.S.A., acredita que organismos baseados no silício
- completamente sem conexão com qualquer vida baseada no
carbono que o homem encontrou até agora - pode viver em
grandes profundidades.
Num livro prestes a ser editado ele sugerirá que os cientistas
considerem a possibilidade mais seriamente. Gold, que é
membro da Royal Society, previamente prognosticou que uma vasta
quantidade de bacterias mais convencionais vivem milhas abaixo
no interior da crosta da Terra. Os cientistas inicialmente rejeitaram
a idéia, mas muitos agora concordam com ele.
"Por enquanto ninguém suspeita que poderia existir vida
baseada no silício,
podemos simplesmente não ser hábeis o bastante para
identificá-la" disse ele na última semana.
Rochas ostentando sinais de organismos baseados no silício
já podem, ele acredita, estarem tendo a sua importância
nos exames de laboratórios.
Todo mundo sabe que os organismos vivos, de uma bactéria
ao gênero humano, está baseada na química
do carbono, que forma moléculas complexas, tais como DNA,
que são centrais para a nossa existência. Os cientistas
acreditam que se a vida extraterrestre for encontrada, as chances
são de que ela, também, será baseada no carbono.
O silício tem muitas semelhanças químicas
ao carbono, induzindo estudantes e escritores de ficção
científica a sonharem com novas formas de vida.
Enormes "lesmas espaciais" que podem tragar naves espaciais aparecem
no filme The Empire Strikes Back; num epsódio de Star Trek
um alienígena semelhante a uma rocha atacou a tripulação
do Captain Kirk; e parasitas assassinos baseados no silicio emergiram
no X-Files quando
cientistas exploraram o interior de um vulcão.
As formas de vida apresentada pelo Gold, baseada no silício,
se existem, seriam mais parecidas com microorganismos capazes
de resistirem enormes pressões e temperaturas, vivendo
em poros delgados dentro de rochas profundas no interior da Terra.
Elas poderiam retirar energia dos gases dissolvidos e dos minerais
circundantes.
As idéias de Gold, que se centram numa explanação
alternativa para óleos e depósitos minerais, serão
publicadas no seu livro, The Deep
Hot Biosphere, em Janeiro.
"É especulativo, mas lógico, que poderiam existir
um grande sistema bioquímico, nas profundezas da Terra,
que funciona melhor em altas temperaturas e pressões",
ele disse.
Outros são céticos. Dr Harold Klein, que dirigiu
a equipe do projeto terra dos Viking
que procurava por sinais de vida em Marte nos anos de 1970, destacou
que o silício era bem inferior ao carbono
na formação de polímeros complexos cruciais
para a vida.
"Eu pessoalmente duvido da idéia da vida baseada no silício.
Se encontrarmos organismos muito abaixo no interior da Terra,
acredito que sejam baseados no carbono", ele disse.
Contudo, ele deseja que a futura missão para Marte leve
um instrumento para testar a hipótese de existência
de organismos não baseados no carbono. É possível
que a química do silício seja alterada suficientemente
pelas grandes temperatura e pressão nas profundezas da
Terra para torná-la mais condizente à formação
de moléculas complexas,
de acordo com David Noever, um pesquisador científico do
novo Instituto de Astrobiologia da Nasa.
Ele disse que alguns cientistas da agência espacial americana
estavam tratando seriamente a idéia de organismos baseados
no silício, particularmente com o intuito de procurar por
vida extraterrestre.
"É quase ingênuo assumir que toda a vida deva ser
baseada no carbono; eu poderia possivelmente fazer boas brincadeiras
com a vida baseada em ambos, silício e fósforo",
ele disse.
O silício é usado por alguns organismos unicelulares
baseados no carbono chamados diatomáceas (alga microscópica)
para formar camadas protetoras, de acordo com o Dr David
Williams, um pesquisador de diatomáceas no Natural History
Museum em Londres. Mas as diatomáceas são ainda
fundamentalmente baseados no carbono.
Entretanto, organismos bizarros tem sido encontrados em anos recentes
nas profundezas da crosta da Terra. Steve Jones, professor de
genética no University College London, disse: "Existe um
universo desconhecido lá embaixo que tem produzido organismos
com metabolismos tão estranhos que, por comparação,
o homem e o cogumelos seriam quase idênticos, só
Deus sabe o que mais eles encontrarão".
Micróbios tem sido encontrados vivendo no fundo do ocenao
a profundidades e temperaturas onde se pensava previamente que
a vida não seria sustentada.
Sem saber com o que as formas de vida baseadas no silício
possam parecer, disse Dr Harry Elderfield, um cientista da terra
em Cambridge
University, é quase impossível predizer como os
cientistas poderão mesmo testá-las.
Por ora, Gold tem sido descrito por Stephen Jay Gould, presidente
da American Association for the Advancement of Science, como um
dos cientistas mais iconoclasta - mas que é frequentemente
correto.
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