O
QUE É TEMPO?
No
século quinto o teólogo cristão Augustinho
escreveu: O que é então o tempo? Eu sei
bastante bem o que ele é, contanto que ninguém me
pergunte; mas se sou perguntado sobre o que ele é e tento
explicar, eu fico confuso.
A passagem
de mil e quinhentos anos, na realidade, pouco fez para esclarecer
o real significado do tempo. Ao longo desta história, os
seres humanos sempre se confundiram com a natureza profunda, mas
aparentemente vaga, do tempo. O assunto tempo fascinou os poetas,
escritores, e filósofos de todas as gerações.
A ciência moderna nos tem dado um modo de incorporar o conceito
de tempo nas medidas das quantidades físicas. Nós
sabemos que o tempo é uma medida de mudança. Nós
sabemos que mudança envolve o dispêndio de energia.
Pela segunda lei da termodinâmica, o dispêndio de
energia produz entropia não desejada. Assim tempo está
ligado diretamente à tendência dos sistemas
físicos se desordenarem. Tempo envolve irreversibilidade.
SATURNO DEVORANDO SUA
FILHA (1824) pelo artista espanhol Francisco de Goya.
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Saturno era o nome romano
para Cronus, o deus associado na antiga mitologia grega com o
tempo. Ele tragava as suas crianças depois de ter sido
contado que um deles o destronaria. Somente Zeus, que mais tarde
o destronou, escapou. A pintura simboliza como o tempo saqueia
e destrói todos os humanos. Diferentemente de Zeus, os
simples mortais não podem evadir-se do seu poder.
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A irreversibilidade
do tempo não vigora em pequenas escalas. Nenhuma das principais
teorias da física parece escolher preferencialmente uma certa
direção para o tempo. Em escalas pequenas os processos
são genuinamente reversíveis. Em grandes escalas macroscópicas,
os processos são inquestionavelmente irreversíveis.
Como esta mudança da irreversibilidade para reversibilidade
acontece, é um mistério fundamental.
A direção
irreversível do tempo não foi sempre aceita pelas
civilizações antigas. O caráter cíclico
do tempo era uma característica comum no pensamento cosmológico
grego. Aristóteles escreveu que "há um círculo
em todas as outras coisas que têm um movimento natural, entrando
no ser e falecendo. Isto é porque todas as outras coisas
são discriminadas pelo tempo e terminam e começam
como se adaptando a um ciclo; até mesmo o tempo por si só
é pensado ser um ciclo". Os Estóicos acreditaram
que quando os planetas voltassem às mesmas posições
relativas, como no começo do tempo, o cosmos seria renovado
novamente e novamente. A razão para a aceitação
das idéias de tempo-cíclico era porque a seta de tempo,
uma direção única do tempo, despertava
um medo profundo, um terror mesmo, entre o pensadores das civilizações
antigas. Uma direção de tempo implica instabilidade,
fluxo, e mudança. Era associado com o fim do mundo e não
associada com o renascimento e a renovação.
Foi a tradição
judaica-cristã que impôs um tempo irreversível
linear na cultura Ocidental. Pela convicção cristã
no nascimento e morte de Cristo e a crucificação como
eventos únicos, foi uma direção do tempo foi
aceita. Estes eventos foram assumidos não serem repetitivos.
A civilização ocidental veio a considerar o tempo
como um caminho linear que se estira entre o passado e o futuro.
Antes dos cristãos, só os hebreu e os persas zoroastrianos
tinham adotado esta visão progressiva de tempo.
Os cientistas
tornaram a se envolver com o conceito de tempo quando Newton (1687)
sentiu-se compelido a defini-lo como sendo necessariamente absoluto.
Isto significava que todos os eventos poderiam ser considerados
como tendo uma posição distinta e definida no espaço
e acontecendo num momento particular do tempo. Este momento do tempo
foi tomado como sendo o mesmo para todos observadores em todos lugares
do universo. O tempo era uma quantidade inelástica em termos
da qual, as mudanças no universo inteiro poderiam ser descritas
unicamente. Newton construiu um conjunto de relações
matemáticas determinísticas que permitiram a predição
do comportamento futuro dos
objetos se movimentando e permitiu a dedução do comportamento
passado dos objetos se movimentando.
Tudo o que se precisa afim de fazer isso eram os dados do
presente tomados destes objetos se movimentando.
Einstein mudou
totalmente estas idéias. Na sua teoria especial da relatividade
e na sua teoria geral da relatividade, o tempo torna-se um conceito
relativo. Isto significa que o tempo variava de lugar para lugar.
O tempo era elástico.
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Na
relatividade especial
o tempo torna-se elástico quando você se move com
qualquer velocidade. O efeito é maior quando você
se move à velocidades perto de um bilhão de quilômetros
por hora.
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Na
relatividade geral
o tempo torna-se esticado quando você se coloca dentro
de um campo gravitacional. Este efeito é maior quando
o campo gravitacional é forte.
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Nas relatividade
podemos desenhar diagramas, chamados diagrama
espaço-tempo, dos caminhos que as pessoas fazem quando
vão adiante no tempo. Este caminho é chamado de linha
de mundo do indivíduo.
A linha de mundo
de uma pessoa andando para a direita, parando e daí
andando de volta para a esquerda.
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Note que o deslocamento
vertical do indivíduo é o tempo que decorrido
desde que ele começou a viagem. O indivíduo
não pode mover-se de qualquer maneira tal que a
direção vertical seja percorrida na direção
negativa (para baixo). Esta direção corresponderia
a ir para trás no tempo.
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Nos
diagramas de espaço-tempo como aquele acima, raios de
luz sempre viajarão ao longo de caminhos com ângulos
de 45 graus com as linhas horizontal e vertical. Nada pode viajar
mais rápido que estes caminhos de luz. Todos objetos
tendo massa tem que se mover mais devagar que os raios de luz.
Consequentemente o movimento dos objetos do cotidiano cai dentro
das linhas inclinadas de 45 graus. Estas linhas de 45 graus
formam o que é chamado o cone de
luz. As trajetórias do lado de fora do cone de
luz são proibidas. Elas representam trajetórias
de objetos que correspondem a velocidades maiores do que a velocidade
da luz.
Este é um diagrama
para a linha de mundo de uma partícula que viaja com velocidade
menor que a da luz. O lugar onde os dois triângulos proibidos
se encontram é chamado presente. O futuro é a região
de formato triangular no topo do diagrama. O passado é
o diagrama de formato triangular no fundo do diagrama. Em nenhum
momento pode a partícula divergir para dentro das regiões
proibidas (triângulos vermelhos) sem ir mais rápido
do que a velocidade da luz. Cada ponto ao longo da linha de mundo
da partícula nunca deve ser maior que 45 graus. Ir para
trás no tempo porém isto é exatamente o que
o observador teria que fazer. Conseqüentemente, a relatividade
especial prediz que você só pode ir para trás
no tempo se você viajar mais rapidamente que a velocidade
de luz.
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O efeito de gravidade
sobre os cones de kuz é incliná-los na direção
da curvatura gravitacional. Buracos negros inclinam tanto os cones
de luz de partículas próximas que a parte futura
dos cones de luz aponta diretamente para dentro do buraco negro.
Neste caso, não importa como a partícula se move,
seu futuro ficará preso em armadilha no interior do buraco
negro.
Ambas
teorias da relatividade geral e especial dão um método
para se viajar no tempo para o futuro.
Na relatividade
especial tudo o que se tem que fazer é deixar a Terra para
trás e viajar em uma nave espacial super rápida. Seus
intervalos de tempo se dilatarão, fazendo seus relógios
andarem mais devagar comparados com os relógios que permanecem
fixo à superfície da Terra. Quando você voltar
à Terra, você terá envelhecido uma fração
pequena do tempo que as pessoas que permaneceram na Terra envelheceram.
Com efeito, você terá viajado ao futuro da Terra na
sua rápida espaçonave "máquina do tempo".
Na relatividade
geral você deixa a Terra e circula um objeto denso tal como
uma estrela de nêutrons por uma pequena quantidade de tempo.
Para aumentar a quantidade você viaja no futuro, você
órbita mais próximo à estrela de nêutron.
O campo gravitacional dilata seus intervalos de tempo. Quando você
finalmente deixa as imediações da estrela de nêutrons
e volta à Terra, todos os habitantes da Terra terão
envelhecidos muito mais que você. Você tem efetivamente
viajado ao futuro usando um campo gravitacional forte para levar
a cabo a viagem no tempo. Para curtos filmes mpeg que simulam viagens
às estrelas de nêutrons e buracos negros clique
aqui.
As leis
da física não impedem viagem no tempo. Eles parecem
funcionarem independentemente da direção do tempo.
Há,
entretanto, duas
objeções lógicas às viagens
ao passado no mesmo universo. Elas são como
segue:
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"Paradoxo
do Grandfather"- Você não pode
viajar ao passado e romper algum evento de tal um modo que
você nunca existisse em primeiro lugar. Isto é
chamado o paradoxo do avô porque você pode pensar
em ir para trás no tempo e matar seu próprio
avô. Isto é problemático, desde se você
realmente matasse seu próprio avô, você
não deveria absolutamente existir.
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"Paradoxo
do Free Lunch"- Dentro do mesmo universo, viajantes
no tempo não deveriam poder trazer informações
e energia ao passado que poderia ser usada para criar idéias
e produtos novos. Isto não envolveria nenhuma energia
criativa por parte do " inventor. Exemplo: " Imagine
que o artista famoso, Pablo Picasso, tinha viajado para
atrás no tempo para encontrar-se consigo mesmo mais
jovem. Ele poderia dar para ao seu ego mais jovem o seu
portfólio contendo cópias da sua arte. Se
a versão jovem de Picasso copiasse as reproduções
meticulosamente, ele poderia ter afetado o futuro da arte
do século XX a uma idade muito anterior. Suas reproduções
existiriam porque eles foram copiadas dos originais, e os
originais existiriam porque eles foram copiados das reproduções.
O artista viajante no tempo teria criado obra-primas sem
alguma vez ter gasto qualquer energia na sua criação.
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É possível construir máquinas do tempo
em relatividade geral que o leva de volta ao passado. Estas
máquinas normalmente envolvem objetos densos girando
rapidamente que estão arrastando o espaço-tempo
ao redor deles. Um exemplo é o cilindro massivo giratório
mostrado abaixo. Você viaja adiante no tempo se você
for no cilindro giratório massivo na sua direção
de rotação. Você viaja para trás
no tempo se você for no cilindro na direção
oposta a que ele está girando.
Alternativamente você pode viajar no tempo usando wormholes
que conectam nosso universo com si mesmo em um momento anterior
(ou algum outro universo que é uma cópia de
nosso universo em um momento anterior).
Para
evitar os dois problemas lógicos dados acima, é obrigatório
permitir a existência de mundos múltiplos.
Mostra-se que a teoria da física, chamada
mecânica quântica, que governa todos os fenômenos
físicos nas escalas minúsculas pode ser interpretada
literalmente como uma teoria de universos
paralelos. Daí, a teoria quântica é bem
consistente com a idéia que viagem no tempo pode existir
sem dificuldades lógicas.
Como o tempo é visto num cenário
do universo paralelo? Cada momento de tempo é
visto como um universo distinto recriado do universo anterior tal
que as regras de existência (as leis da termodinâmica)
são obedecidas. Abaixo está um diagrama de uma
pilha de universos 2-D. O tempo procede do fundo da pilha para o
topo dela. O tempo é então visto como apenas um rótulo
de um universo: Tempo 1 = Universo #1, Timpo 2 = Universo #2, Timpo
3 = Universo #3, etc.
A recriação
do universo a qualquer momento é feita tão rapidamente
que nenhuma experiência pode apanhar qualquer parte da recriação
do universo àquele momento.
Se você
tem duas ou mais pilhas adjacentes de universos então é
possível a viagem no tempo ser auto-consistente. O viajante
no tempo tem que saltar de um certo tempo na pilha de universos da
esquerda para um tempo diferente na pilha da direeita dos universos
cópias.
Clique
aqui para alguns recursos sobre a viagem no tempo: Viagem
no Tempo NOVA
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